MPPA realiza workshop "A hanseníase não acabou. E você precisa saber disso", com o objetivo de discutir as estratégias de enfrentamento à doença

O Ministério Público do Estado do Pará (MPPA), por meio da 2ª Promotoria de Justiça e Direitos Constitucionais Fundamentais e dos Direitos Humanos de Belém, realizou, no dia 18 deste mês, o workshop "A hanseníase não acabou. E você precisa saber disso", com o objetivo de discutir as estratégias de enfrentamento à doença no Estado do Pará. A reunião aconteceu no auditório do Centro de Estudos e Aperfeiçoamento Funcional (CEAF), em Belém.
O evento foi conduzido pela promotora de Justiça Elaine Carvalho Castelo Branco, que reforçou acerca do papel do Ministério Público no acompanhamento e fomento de políticas públicas para o controle da hanseníase e no contexto dos direitos constitucionais, fundamentais e direitos humanos.
Participaram também do workshop a subprocuradora-geral de justiça para a Área Técnica-Administrativa, Ubiragilda Silva Pimentel; o médico Carlos Salgado, assessor internacional da Sociedade Brasileira de Hansenologia e professor titular do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal do Estado do Pará; Edmilson Picanso, representante do Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase (MORHAN); Pablo Diego, Médico do Hospital Universitário João de Barros Barreto (CHU/HUJBB); Terezinha de Jesus Carvalho Araújo Filha, representando a unidade referência especializada (URE Marcello Candia); e Erika Vanessa Oliveira Jorge, que representa a Fundação Centro de Hemoterapia e Hematologia do Pará (HEMOPA).
Durante a reunião, Carlos Salgado esclareceu que o aumento da incidência de novos casos descobertos no estado do Mato Grosso, deu-se devido ao aumento de médicos especialistas capacitados no Estado, tendo em vista que, a capacitação é feita neste mesmo estado. Salgado orienta: “É importante destacar que a hanseníase é uma doença curável e que o diagnóstico precoce é crucial para evitar complicações. A população deve estar atenta ao surgimento de manchas esbranquiçadas, avermelhadas ou amarronzadas em qualquer parte do corpo, com perda ou alteração de sensibilidade na área. Ao detectar o surgimento do sintoma, a pessoa deve procurar a unidade de saúde básica (UBS) mais próxima”.
O representante do MORHAN, Edmilson Picanso, destaca que a população impactada pela doença podem procurar o movimento de reintegração social e combate a estigma da doença. “Além do papel de reintegrar essas na sociedade, lutamos também para garantir que o poder público entregue serviços de qualidade, com humanização e cuidado. ”
De acordo com a PJ Elaine Castelo Branco, estas ações fazem parte do tema deste ano "Hanseníase, Conhecer e Cuidar, de Janeiro a Janeiro", promovida pelo Ministério da Saúde (MS). O Estado do Pará possui um Procedimento Administrativo (PA), este procedimento visa acompanhar e fomentar as políticas públicas e as estratégias implementadas pela Secretaria de Estado de Saúde Pública (SESPA) e pela Secretaria Municipal de Saúde (SESMA) para o controle da hanseníase.
Casos no Estado - Em 2023, o estado do Pará registrou 1.459 novos casos de hanseníase em uma população de proximamente 8,12 milhões de habitantes, indicando uma taxa de 17,95 casos por 100.000 habitantes. Em comparação, o estado do Mato Grosso apresentou um alarmante número de 4.335 novos casos, em uma população de cerca de 3,66 milhões. O índice aponta 118,58 casos por 100.000 habitantes – 6,6 vezes mais que o Pará.
Texto e Imagens: Patrick Dias Ascom/MPPA